"Permitam-me então reiterar hoje a solidariedade da Igreja para com os jornalistas presos por tentarem dizer a verdade"
Fonte: msn - Por Michela Morsa,
O Papa Leão XIV foi recebido esta segunda-feira, dia 12 de maio, por uma sala cheia de jornalistas e representantes dos meios de comunicação de todo o mundo.
O encontro foi na no auditório Paulo VI, também conhecido como Salão das Audiências Pontifícias, no Vaticano, e estiveram presentes cerca de 6 mil jornalistas.
"Bom dia e obrigado por esta bela recepção", disse o Pontífice, que imediatamente brincou em inglês. "Dizem que quando aplaudem no início não significa muito.... Mas se no final ainda estiverem acordados e quiserem aplaudir de novo, obrigado."
Depois do cumprimento e da brincadeira na língua inglesa, o Papa Prevost dirigiu-se aos presentes em italiano, num discurso de cerca de dez minutos.
O Papa agradeceu aos jornalistas pelo seu trabalho nestes "dias especiais", referindo-se às celebrações da Semana Santa, à morte do Papa Francisco e aos dias do Conclave.
No seu discurso, Leão XIV realçou a importância da comunicação ao serviço da verdade, deixando uma palavra particular aos jornalistas presos em serviço.
"Permitam-me então reiterar hoje a solidariedade da Igreja para com os jornalistas presos por tentarem dizer a verdade", começou por dizer sendo interrompido com vários aplausos.
"E, com estas palavras, apelo também à libertação dos jornalistas detidos", acrescentou.
Discurso do Papa Leão XIV: necessidade de "desarmar a comunicação
"Devemos dizer 'não' à guerra das palavras e das imagens, devemos rejeitar o paradigma da guerra", começou por dizer o Pontífice, convidando todos a fazer uma "comunicação diferente", "que não procure o consenso a todo o custo, que não se revista de palavras agressivas, que não adote o modelo da competição", que nunca separe a busca da verdade do amor".
O Papa sublinhou o papel precioso da liberdade de expressão e de imprensa. "Só os povos informados podem fazer escolhas livres", disse o Papa Leão XIV.
"Vivemos tempos difíceis, que representam um desafio para todos nós e do qual não devemos fugir. Pelo contrário, pedem-nos para nunca ceder à mediocridade", continuou o Pontífice, voltando à importância e às responsabilidades do jornalismo, especialmente numa era tecnológica em que a inteligência artificial está a ganhar cada vez mais terreno.
"O vosso serviço, com as palavras que usam e o estilo que adoptam, é importante", disse Prevost, recordando a última mensagem do Papa Francisco sobre o assunto. "Desarmemos a comunicação de todos os preconceitos, rancores, fanatismos e ódios, purifiquemo-la da agressividade".
Ao que acompanhou o seu apelo a uma "comunicação desarmada e desarmante", repetindo o que já tinha dito na sua primeira intervenção após eleição pontífice.
"Não precisamos de uma comunicação estrondosa e musculada, mas sim de uma comunicação capaz de ouvir, de recolher a voz dos fracos que não têm voz. Desarmemos as palavras e ajudaremos a desarmar a Terra".
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