Tribuna da Imprensa - Helio Fernandes - Usain Bolt é a legenda do esporte na atualidade. Principalmente no atletismo. Nasceu na Jamaica, vive correndo o mundo, mas lá é o repouso do guerreiro. Estive duas vezes na Jamaica, sempre de passagem. Uma de 6 horas, esperando para tomar o avião para Cuba, os americanos não permitiam voo direto. Deu para admirar as ruínas da capital, incendiada pelo pirata Morgan, por ordens da Rainha Vitoria.
A ideia de montar uma pista de 150 metros, em plena praia de Copacabana, altamente profissional. E permitiu que a multidão na praia e na Avenida Atlântica pudesse ficar perto desse predestinado Usain Bolt. O espetáculo é ele, dentro e fora da pista. Que carisma, que domínio total, que simplicidade.
E principalmente a alegria e o prazer de fazer o que ele faz, de coexistir com o povo. Sem isso, não haveria invenção possível.
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A vergonha, o vexame e a corrupção repercutem na Europa. Blatter e Valcke se reúnem e cogitam (?) de outro local para a Copa. Aqui, o Ministério Público tem que aparecer e exigir transparência do ex e do atual prefeito. E Usain Bolt, predestinado.
Só na quinta-feira pela manhã, Joseph Blatter tomou conhecimento da derrocada, do tumulto e da quase tragédia do Engenhão. Estava na sede da Fifa (que mais ele tem para fazer?), viu a notícia no site do “El Pais”, jornal realmente bem-informado. Confirmou em outros órgãos de comunicação, entrou em desespero.
Maia e Paes, indefensáveis
Só aí telefonou para Jerome Valcke, que não sabia de coisa alguma, nada surpreendente, aqui mesmo fomos enganados durante 5 anos, o tempo de “proteção” das empreiteiras-construtoras que podem tudo no Brasil. Marcaram um almoço a seguir, Blatter perguntou a Valcke: “Ligamos para o ministro no Brasil?”. E Valcke: “Numa Quinta-Feira Santa?”.
Esqueceram, não se lembraram (precisavam de mais informações) que o ministro do Esporte é comunista, Semana Santa não representa nada para ele. Se tivessem falado com Aldo Rebelo, ele pegaria um avião no mesmo dia, na Sexta-Feira da Paixão estaria na Suíça.
Combinaram que falariam com ele no sábado, a partir daí, não sei o que acertaram. Mas por intuição, e não informação, Valcke deve estar chegando. Se não tivesse sido tão vulgar e audacioso, com a frase que ficou famosa, “o Brasil está precisando levar um pontapé no traseiro”, Valcke poderia estar repetindo convicto: “Eu não disse, eu não disse”.
BLATTER E VALCKE PENSAM (?)
EM OUTRO PAÍS PARA A COPA
O almoço só terminou no fim da tarde. Já sabiam que o Engenhão estava fora da Copa das Confederações, iam se informando através da internet. Blatter mais angustiado, apressado, aloprado, fez a proposta radical. Valcke, considerando que tudo poderia desabar em cima dele, pediu calma. E respondeu: “No Brasil, decidimos com mais dados e informações”.
Continuavam horrorizados, admitiam em conjunto: “Como isso pôde acontecer sem que soubéssemos e tivéssemos qualquer comunicação?”. Foram se acalmando, não podiam fazer outra coisa. E reconheceram, ao irem embora: “Minha preocupação agora é com o Maracanã. Sinto que existe alguma coisa com o estádio, ou lá dentro ou do lado de fora”.
AGORA O PROBLEMA É NOSSO, QUER DIZER:
DE MAIA, DE PAES E DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Há muito que construir em cima do que desconstruíram, mas a iniciativa tem que ser do Ministério Público. 1 – Apurar por que um estádio orçado em 60 milhões custou 380 milhões. 2 – Por que foi erguido para o Panamericano e só agora a opinião pública sabe de alguma coisa? 3 – A irresponsabilidade de Eduardo Paes é tão criminosa quanto a de Cesar Maia. 4 – O ex-prefeito é especialista em “Palácio das Artes”. 5 – Já o atual prefeito, premeditou, planejou e executou o ato de prescrição que isenta as empreiteiras-construtoras de qualquer pagamento ou indenização. 6 – Só se for a favor delas.